Por falta de experiência e bastante infantilidade eu nunca me sentia bem com compromissos, e eu comecei a me sentir um tanto sufocado por estar saindo com alguém que estivesse tão perto da minha casa (ela passaria a semana toda na casa dos seus tios). Então por um surto de infantilidade e covardia, comecei a fugir desesperadamente e paramos de ficar. Foi difícil, mas como tirar um grande peso das costas.
Mesmo morando longe, suas visitas à casa dos tios estava cada vez mais freqüentes e acabamos voltando a sair. Dessa vez ela trazia uma notícia nova, estava namorando, mas o que parecia ser um grande problema virou solução, eu gostei muito de saber daquilo, era a barreira ideal para evitar compromissos.
O que parecia um curto lance de carnaval foi se prolongando e acabamos ficando pelos três anos seguintes e ela teve três namorados diferentes nesse período. Não tenho nada a reclamar do nosso caso casual, mas isso me mudou de tal forma que me traz muitos arrependimentos, ela não teve culpa nenhuma.
Enquanto eu saia com ela eu fui endurecendo a tal ponto que cheguei a desacreditar no amor, não sentia ciúmes porque me sentia em uma posição "privilegiada" e de tanto ouvir as desculpas que ela dava para o namorado, sobre as brigas que eles tinham e as mentiras que contava perdi uma certa inocência que é essencial para um bom relacionamento.
Hoje em dia tenho dificuldade de acreditar nas pessoas, consigo reconhecer uma mentira com mais facilidade e até confundir o que não é mentira como se fosse uma.
Desde então, eu fui o outro de muitas outras, e ainda sou. Mas só depois que percebi esses traumas passei a não me sentir bem com isso.
Passamos metade da vida querendo ser o que não somos e a outra metade querendo voltas a ser o que eramos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário